De treinador a herói nacional

Fernando Santos poderá voltar a fazer história esta tarde.

09 Jan 2017 | 15:16
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FERNANDO SANTOS foi considerado o Melhor Técnico do Mundo pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol. Esta tarde é um dos candidatos ao prémio FIFA para Melhor Treinador do Ano.

Recorde a evolução do homem, ” o engenheiro”, que passou por vários momentos (e estilos) na sua carreira, antes de levar a nossa seleção à glória em França e de dar aos portugueses uma das maiores alegrias de sempre.

Com apenas dois meses, o pai, “doente” pelo Benfica, levou-o numa alcofa para assistir à inauguração do antigo Estádio da Luz. A febre da bola começava logo ali. Fernando Santos iniciou a carreira de jogador, precisamente, no clube encarnado, antes de representar Marítimo e Estoril. Em 1975, retirou-se dos relvados e abraçou o curso de engenharia electrónica e telecomunicações. Já formado, regressou ao futebol em 1987, pouco tempo depois do FC Porto trazer para Portugal a primeira Taça dos Campeões Europeus. Começava ai a sua carreira de treinador que, quase 30 anos depois, o levava ao topo do mundo ao serviço da sua equipa preferida: a Seleção Nacional. “Nas minhas equipas, o “eu” não existe”, garantiu, lembrando que “o mais importante e o que fica para a história é o título que pela primeira vez veio para Portugal”, afirmou quando recebeu, no Dubai, o seu último prémio individual de 2016, o Globe Soccer. É, sem dúvida, um dos homens do ano.

 

ESTORIL (1987)

O seu regresso ao futebol aconteceu em 1987. Primeiro foi adjunto no Estoril Praia e depois passou a técnico principal, altura em que acumulava a direção da equipa com um trabalho no Hotel Estoril Palace (era chefe de manutenção). Esteve no leme dos “canarinhos” durante sete anos e contribuiu para a subida do clube da linha à 1.ª Divisão. 

 

ESTRELA DA AMADORA (1994)

Seguiram-se quatro épocas ao serviço do Estrela da Amadora e as suas capacidades táticas e de liderança não passaram despercebidas a Pinto da Costa, que o convidou para orientar o FC Porto em 1998.

 

FC PORTO (1998)

No Dragão, chegou, viu, venceu e ganhou projeção. Levou os azuis e brancos ao título na primeira época – com o Presidente dos “dragões” a dar-lhe o epíteto de  “Engenheiro do Penta” – e conquistou por duas vezes a Taça de Portugal, antes de rumar à Grécia.

 

AEK (2001)

Entre 2001 e 2008, seguiu-se um vai e vem entre Portugal e a Grécia, período em que orientou o AEK (2001) – terminando em segundo com os mesmo pontos que o primeiro – e o Panathinaikos (2002), onde esteve apenas nove jogos, devido a três desaires nos primeiros quatro encontros na liga helénica. Regressou ao nosso país para liderar o Sporting durante um ano e no início da época seguinte rumou novamente para a Grécia e para o AEK. Seguiu-se Benfica (2006) e PAOK, onde esteve três anos.

 

SELEÇÃO DA GRÉCIA (2011)

Os seus feitos na Grécia levaram-no a abraçar o desafio de treinar a seleção helénica, ajudando-a a apurar-se para o Euro’2012. Repetiu o feito para o Mundial de 2014, conduzindo os gregos aos oitavos-de-final da prova, antes de deixar o cargo. 

 

SELEÇÃO PORTUGUESA (2014)

Em Setembro desse ano foi escolhido para o comando técnico da seleção portuguesa e levou o País ao Euro’2016 após seis trunfos consecutivos. Em França viveu a mais bonita história do futebol nacional e as distinções vieram a seguir: o prémio Globe Soccer como o melhor treinador do ano e a eleição de melhor selecionador do mundo em 2016, pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), entre outras premiações nacionais. Mas o técnico nacional é ainda um dos três finalistas do prémio de treinador do ano da FIFA, ao lado de Zinedine Zidane, do Real Madrid, e de Claúdio Ranieri, do Leicester, uma premiação que irá acontecer na próxima segunda-feira, dia 9.

 

Textos: Pedro Vilela

Fotos: Arquivo Impala e Atlântico Press

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