Lia arrasada com ofensas racistas

A ex-concorrente do “Love on Top”, TVI, não gostou do que foi dito no reality show que a tornou conhecida.

23 Jun 2017 | 12:48
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Enzo está na ordem do dia por ter dito a uma concorrente negra, que o programa onde estão “não é uma tribo”. De imediato se gerou uma discussão em torno da alegada reação racista e LIA está na linha da frente nessa “luta”.

“Estou cansada das ofensas verbais, nomeadamente ‘isto não é uma tribo’. Usem argumentos válidos. Sejam mais subtis nas ofensas. Quando dizem que a expressão ‘tribo’ nada tem a ver com a raça, mentem. Porque só ouvi dentro de reality esta expressão ser dada a negros. Em momento nenhum foi dada a caucasianos, por isso parem com isso. Parem com as ofensas raciais. Estamos num país livre, num país de imigrantes. Lembrem se disso. Lembrem se que hoje somos nós a discriminar. Amanhã somos nós os discriminados.

Em vários momentos todos erraram. Uns por não saberem comunicar, outros por não saber ignorar, outros por não manter a calma, outros por exaltar o momento. Mas em nada me dirijo para as falhas coletivas. Apenas falo do tema racismo! Chega! E não arranjem desculpas. Nem argumentos ignorantes. Foi mais um episódio triste. Um triste comentário. Que toca a toda a comunidade africana mais uma vez. Se tiverem de ofender (o que já é grave), ofendam além do tom de pele. Ofendam além da nacionalidade.

Então parem de se dirigir a “nós” , NEGROS, como outra raça. Mesmo sabendo que quando usam essas distinções de ‘tribo’ estão a falar como nós de outra raça. Então não mintam. Somos nós a quem querem dirigir. Os descendentes de macaco. Os incultos, ignorantes não estudados. É assim que se dirigem… Então para vocês ignorantes que nos ofendem como tribo de uma raça distante… Tenho uma informação a dar…

Deus é pai e não é padrasto. Criando o homem à sua imagem, partindo da semelhança ao animal, o ser irracional semelhante ao humano. Por isso homem, negro ou branco, adaptado em tons de pele à sua sobrevivência, você é de Deus, mas vem por partes do macaco (animal). Seja de que cor for. E antes de letrado e estudado, foi tribo e daí desenvolvido e ensinado. Então não distinga. Pois fomos todos tribo antes de homem evoluído.

 

Deixei o meu peito nestas palavras. Não quero comentários desnecessários não quero retóricas. Nem acusações do género ‘ela é a verdadeira racista’. Só quero uma pausa. Uma pausa de todo o ódio. De toda a falta de amor que tem se notado em Portugal. Não basta partilhar música, cultura e gosto. Tem de se partilhar genuinidade. Amor ao próximo. Eu amo este país assim como amo o meu. Não me façam ter vergonha de viver aqui por atitudes da minoria. Já basta o resto do mundo. Já basta o Trump. Que interiorizarem isto. Que levem as palavras para longe e apliquem no dia a dia. Que não me olhem de mal. Não há distinção. Um resto de bom dia a todos, e desculpem. Apenas achei que devia falar, pois basta”.

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