O pequeno milagre da bebé nascida com 23 semanas

Bebé nascida com apenas 23 semanas de gestação tornou-se na criança mais nova a sobreviver a uma cirurgia abdominal.

03 Mar 2017 | 15:05
-A +A

ABIAGEAL PETERS biageal Peters, de Surrey, na Inglaterra, nasceu com apenas 590 gramas.

A mãe, Louise, de 32 anos, temeu pela sobrevivência da filha, Abiageal. Aos seis dias de vida, os médicos consideraram que ela estaria suficientemente forte para passar pela cirurgia de reconstrução do intestino.

Abiageal tinha rupturas no intestino em três sítios e os cirurgiões decidiram operá-la para aumentar as hipóteses de sobrevivência. O pediatra Zahid Mukhtar, responsável pela intervenção, explicou a necessidade da cirurgia. “Abiageal é um caso raro e só decidimos operá-la porque as hipóteses de sobrevivência sem a cirurgia eram muito reduzidas.”

Os pais da bebé prematura, Louise e David, concordaram com a operação e dizem-se felizes com o resultado. “Quando ela entrou na sala de cirurgia, eu e o Dave sentámo-nos sala de espera e aguardámos três horas (as mais longas das nossas vidas). Quando a porta se abriu e um dos cirurgiões se aproximou, olhámos para ele e soubemos: ela estava bem. Ele sorria. A nossa bebé é uma lutadora. É realmente o nosso pequeno milagre”.

Zahid Mukhtar revelou ao Daily Mail que a equipa continuará a acompanhar o caso de Abiageal e que os sinais até agora permitem esperança a longo prazo.

O grupo de maior risco de desenvolvimento de complicações é o dos prematuros com menos de 32 semanas de gestação, mas são os bebés entre as 34 e as 36 semanas que mais preocupam os médicos; Abiageal nasceu com 23 semanas…

Os dados mais recentes (2014) indicam que em Portugal nasceram 6393 bebés prematuros (com menos de 37 semanas de gestação) e que, destes, 816 eram muito prematuros, anteriores às 32 semanas.

“Os bebés não estão ainda completamente desenvolvidos e provocar um parto não é um processo natural: deve ser o bebé a ditar o momento do nascimento. Um nascimento antecipado significa o aumento de problemas no período neonatal precoce, quando comparados com os de termo”, podemos ler no livro Viver a Prematuridade, da jornalista Cláudia Pinto, lançado pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto no ano passado.

PUB